top of page
IMG_6559.JPG

como surgiu essa ideia?

Oi! Meu nome é Luísa e eu vou contar a vocês o início da nossa história. Sei que vale a pena ler, porque talvez você se identifique e porque valeu a pena para as famílias e os(as) profissionais que também leram, acreditaram e decidiram entrar comigo nessa, quando o Vilarejo ainda nem era Vilarejo, era apenas eu, terra e mato.

​Bom, tudo começou quando a minha filha era pequena e colocá-la na escola foi uma necessidade, não uma opção. Então começou a busca pela escola “perfeita”, dentro dos meus valores, concepções de mundo e visões pedagógicas, (afetiva, natural e humanista), já que além de mãe, sou pedagoga. Como para boa parte das famílias, não foi uma busca e nem uma escolha fácil, pois eu não encontrei.

 

Fui à lugares lindos, com jardins planejados, brinquedos interessantes, coloridos e cheios de sons, parquinhos maravilhosos, salas de informática, de vídeo, de leitura, aulas de inglês e murais, caprichosamente, enfeitados pelas professoras. Inicialmente, fiquei encantada, porém, ao final de cada visita, sentia que não era aquilo que eu queria para a minha filha. Uma infância vivida entre quatro paredes, de uma salinha para outra, brinquedos de plástico, piso emborrachado e grama sintética. Sentia, também, que faltava algo a mais. Talvez, mais alegria, gargalhada, corre-corre, amor, calor, interação e espontaneidade, nas pessoas de todas as idades, das crianças mais pequeninas aos adultos mais velhos. Faltava natureza, fruta no pé, pé no chão, tinta no corpo, banho de mangueira, brincadeiras de criança, pensadas pelas crianças, como deveria ser, pelo menos na infância.

 

Foi aí que as ideias começaram a surgir. Comecei a observar, pesquisar, estudar e criar, ainda no plano dos sonhos, um novo método de educação, com práticas inovadoras, lançando um olhar pedagógico e intencional, sobre as vivências de quintal.

 

Para mim, a educação infantil sempre teve muito a ver com compromisso humano, acolhimento, olhar sensível, vínculo, respeito, empatia, afetividade e, não posso negar, amor, muito amor. Queria que a minha filha fosse acolhida do jeito dela, que fosse respeitada e que se sentisse amada. Além do meu coração, Wallon e Carl Rogers também me disseram que eu tinha razão. Da priorização desses aspectos na relação com a criança, decorrem a segurança, a confiança, a alegria e a entrega, necessárias para abrir caminho para uma aprendizagem real e significativa, para o equilíbrio e a inteligência emocional e, consequentemente, para a construção da autonomia.

 

Pela minha filha eu fiz o que pude e ela cresceu, como que de repente. E eu queria que o tempo tivesse parado só um pouquinho, ou passado devagar para ela poder brincar mais, mas a infância passa rápido demais. Ignorar determinadas coisas, errar nas escolhas e nunca ter tempo para parar, é perder um tempo precioso, que não vai voltar.

bottom of page